O roubo de catalisadores continua a aumentar significativamente e já não é estranho o crime em plena luz do dia.
O catalisador ou conversor catalítico faz parte do escape e é um elemento obrigatório desde 1989. Serve para filtrar as emissões tóxicas do motor, transformando-as em gases mais limpos como H2O, CO2 ou nitrogénio através de reações químicas que ocorrem no seu interior.
O valor do catalisador e o interesse que desperta nos ladrões deve-se ao facto de conter metais preciosos no revestimento interno de cerâmica. E embora as quantidades sejam mínimas, o elevado preço da platina, do paládio ou do ródio, é bastante tentador, porque superam em muito o do ouro. Só o paládio, por exemplo, tem um valor de 85 euros por grama.
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A maioria dos ladrões utiliza uma serra circular elétrica convencional ou recorre ao corte a quente. De acordo com a polícia, os dois métodos, com alguma experiência, permitem a extração do catalisador em menos de 2 ou 3 minutos.
Extrair um catalisador é relativamente fácil, e um novo custa entre 500 e 1.000 euros em média, podendo atingir valores mais elevados dependendo do modelo e da marca. Mas pode tentar dificultar o trabalho aos ladrões se utilizar as seguintes dicas e truques.
Algumas dicas que podem dificultar a «missão» dos amigos do alheio:
1 Obviamente, sempre que possível, estacione o carro numa garagem ou numa propriedade particular. Os ladrões terão mais dificuldade em aceder e roubar a peça.
2 Se tiver que deixá-lo na rua, evite estacionar em locais ermos ou isolados e mal iluminados.
3 Não estacione metade no passeio e metade na estrada, pois isso pode tornar o furto do catalisador mais fácil (deixa de ser necessário elevar o carro com o macaco). Este conselho é indicado sobretudo para veículos de altura normal, pois SUVs ou veículos todo-o-terreno, devido à sua maior altura, já têm a parte inferior mais exposta.
4 Marque o catalisador registando-o com a placa do veículo ou com o VIN (Vehicle Identification Number), série de 17 dígitos que identifica o veículo como se fosse o seu DNI, dificultando a posterior comercialização de peças no mercado negro.
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5 Pinte o catalisador com alguma tinta estridente que o diferencie à primeira vista de uma peça original. Assim, o ladrão terá mais dificuldade em revendê-lo posteriormente e ainda desistir das suas intenções. A tinta, claro, tem que ser calorífica e resistir a altas temperaturas.
6 Nas lojas de acessórios mais especializadas estão à venda as chamadas “gaiolas”, peças metálicas especialmente concebidas para proteger os catalisadores dos roubos. Não são totalmente eficazes, mas ajuda a tornar mais difícil e demorado o trabalho de extração da peça, o que pode ter um efeito disuasor.