A ADAC, o popular e exigente Clube Automóvel Alemão (Allgemeiner Deutscher Automobil-Club), realizou uma profunda análise para determinar quais são os piores carros elétricos atualmente à venda. Uma lista que se destaca pela presença de marcas como a Mercedes-Benz, e onde aparece o primeiro fabricante chinês, a Aiways.
O trabalho da ADAC colocou em pé de igualdade todos os modelos, independentemente da marca, preço e posicionamento. E na sétima posição surge uma surpresa. E poucos ou ninguém esperava encontrar um modelo da Mercedes na lista dos que alcançaram a pior pontuação geral.
A “honra” coube ao furgão elétrico de passageiros, o EQV. A versão 300 foi exaustivamente testada pelos técnicos da ADAC e conseguiu apenas 2,4 pontos. Uma pontuação bastante medíocre justificada com o mau comportamento, com forte oscilação da carroçaria, falta de capacidade de reboque e o elevado preço que começa, em Portugal, por exemplo, nos 85.270 euros. Portanto, a classificação de custo é de apenas 4,6.
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Um degrau abaixo encontra-se o Fiat 500. O pequeno italiano tem uma classificação de apenas 2,5. A lista de pontos negativos é longa. Reclamações sobre a “sensação de condução pastosa”, o facto de a altura do banco do condutor só poder ser ajustada opcionalmente e o banco do passageiro não ser ajustável de forma alguma, de não haver suporte, teto ou reboque. Acrescenta-se ainda uma bagageira pequena e espaço limitado na parte traseira. O preço é também elevado, que começa nos 30 mil euros.
Um dos modelos mais populares dos últimos anos é o Renault Zoe. Uma proposta que está prestes a sair do mercado e que foi testada na versão mais competitiva, a R135 ZE 50. Esta recebeu a mesma pontuação que o Fiat 500, com apenas 2,5 pontos.
Entre as críticas estão o revestimento incompleto da bagageira, a suspensão deficiente, a regulação limitada dos bancos dianteiros e as elevadas perdas de carga durante os processos de carregamento. Por isso, o Renault, que está atualmente disponível a partir de cerca de 36 mil euros, tem um custo um pouco pior, 2.0, face ao Fiat.
O Aiways U5 é o primeiro modelo chinês a aparecer neste tipo de estudo. A start-up tem seus próprios problemas internos, onde rumores indicam que está perto da falência, agora somados à má pontuação geral durante os testes.
O U5 também recebeu nota 2,5, mas o ADAC ainda não especificou uma pontuação de custo por falta de dados. Atualmente o U5 pode ser encomendado a partir de cerca de 40.000 euros, mas a rede de vendas está em reestruturação devido à delicada situação económica. Entre os pontos mais negativos estão o sistema operacional pesado e ineficiente, carga útil muito pequena, sem gancho de reboque, sem porta-luvas e baixa capacidade de carregamento AC.
O Citroen e-Spacetourer é o primeiro comercial de passageiros da lista. Na versão XL Shine, equipada com bateria de 75 kWh, recebeu apenas nota 2,7 do ADAC e, por isso, foi colocado como o terceiro pior resultado geral.
As reclamações centram-se em aspetos como o elevado consumo e, portanto, uma reduzida autonomia real apesar da boa capacidade da bateria, o facto de importantes assistentes de segurança só estarem disponíveis como elementos opcionais e pagos, e também o elevado preço. A versão mais curta do e-Spacetourer está atualmente disponível por cerca de 55 mil euros. Na categoria de custos, obteve apenas 4,2.
Na segunda posição surge o Dacia Spring. O citadino elétrico foi analisado na versão 45 Comfort Plus, que recebeu apenas uma pontuação de 4,1. Os pontos mais fracos são o péssimo resultado nos testes de colisão Euro NCAP, os poucos sistemas de assistência disponíveis, os reduzidos equipamentos de conforto e segurança, a qualidade dos materiais muito simples, o facto dos bancos dianteiros não serem reguláveis em altura, a pequena envergadura e vidros elétricos. sem proteção anti-bloqueio.
Contudo, o preço do Spring, que pode ser adquirido por pouco mais de 20 mil euros, é o seu ponto mais favorável, conseguindo uma pontuação de 1,2 neste domínio, o que significa que continua a ser uma opção interessante para clientes com menores exigências e um orçamento pequeno.
Para a ADAC, o pior carro elétrico do mercado é o Renault Twingo ZE. O pequeno modelo da Renault também recebeu 4.1 do ADAC, mas apenas 1.4 pelo preço – os preços arrancam nos 27 mil euros.
Os pontos mais fracos incluem um alto nível de ruído interior, falta de uma porta de carregamento rápido, direção pouco direta e ausência de airbags traseiros.