É uma das maiores dúvidas sobre os veículos elétricos: a duração e longevidade das suas baterias. Todos sabemos que, no caso dos telemóveis, a capacidade da bateria diminui com a utilização e a acumulação de ciclos de carga. E passado algum tempo, é necessária a sua substituição para recuperar a durabilidade original entre os recarregamentos.
No caso dos carros elétricos (VE) a tecnologia utilizada na bateria é muito semelhante à dos telemóveis. De facto, são constituídos por um certo número de células que contêm baterias mais pequenas, semelhantes às dos telemóveis, que, ligadas entre si, aumentam consideravelmente a capacidade total de carregamento.
Face ao receio dos condutores (ou proprietários…) de que aconteça o mesmo no carro que em outros aparelhos, os construtores oferecem garantias especiais voltadas para esse importante componente, que, por outro lado, é o mais caro em carros “emissões zero”.
Porque a bateria pode representar, dependendo de suas características, até um terço do valor do carro. Custo que deverá reduzir ao longo do tempo à medida que a produção de baterias for otimizada e, espera-se, que venha a reduzir-se com o aumento da produção e tecnologias.
Garantias dos carros elétricos
No mercado europeu, a maioria das marcas que vendem carros elétricos oferece uma garantia que cobre 70% da capacidade da bateria por um período de oito anos ou uma distância de 160.000 quilómetros, período de uso que em teoria cobriria boa parte da vida útil do veículo.
Algo que se assume como uma garantia para o utilizador de que a capacidade da bateria não perderá mais de 25% de sua eficácia ao longo dos referidos anos. Tempo mais do que suficiente para amortizar o preço do veículo, que, no caso dos veículos elétricos, é alcançado após 20.000 ou 40.000 quilómetros, dependendo da categoria.
A Tesla, por exemplo, garante que no Model S e Model X as suas baterias não cairão abaixo de 70% da sua capacidade por oito anos ou até completarem 240.000 quilómetros.
Também a Lexus sobe estes números, ao garantir que o UX 300e garante uma eficiência energética semelhante por dez anos ou 1.000.000 quilómetros, desde que o proprietário respeite as verificações de manutenção.
Quanto tempo dura uma bateria?
Contudo a duração da bateria depende muito das condições de utilização, como é o caso dos acumuladores de eletricidade em geral, sejam baterias simples, baterias convencionais de chumbo ou as baterias de iões de lítio mais capazes.
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No caso dos carros elétricos, e para evitar que a temperatura ambiente ou o sobreaquecimento influenciem o desempenho, os módulos que os compõem são arrefecidos para manter as condições estáveis.
E a recarga também é decisiva para a sua duração. Preparadas para completar cerca de 3.000 ciclos completos durante a sua vida útil, as baterias sofrem mais com os carregamentos rápidos do que com os carregamentos lentos. E principalmente os super-rápidos, com potências superiores a 150 kW, que encurtarão ainda mais a sua vida útil.
Tal como as baterias dos telemóveis, nos carros elétricos geralmente é aconselhável manter a carga estável e evitar que atinja o seu máximo ou também apressá-las ao mínimo da sua capacidade.
Será aconselhável mantê-las para uso diário entre 20% e 80%, e ajudará a preservar a sua capacidade de armazenamento por mais tempo. O que não impede que sejam carregados ao máximo de tempos em tempos quando for necessário fazer uma deslocação maior.
Segunda vida e reciclagem
Além disso, no caso das baterias de última geração, é possível repará-las substituindo os módulos danificados por novos. Uma operação cara, mas que permite manter a bateria operacional por mais tempo sem precisar de substituí-la.
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Quando já não servem para garantir uma boa autonomia ao veículo, as baterias continuam a ser utilizáveis no que se chama a sua segunda vida. Ao manter uma capacidade de carga considerável, podem servir por mais alguns anos como armazenamento de energia para uso doméstico.