As polémicas taxas de importação para os carros elétricos de origem chinesa que a União Europeia vai introduzir a 1 de julho não vai afetar apenas marcas do país asiático, mas também marcas europeias que produzem automóveis no país asiático e que depois os vendem no velho continente.
Uma das marcas europeias que será mais afetada pelas medidas protecionistas de Bruxelas será a Mini, uma vez que os elétricos Cooper e Aceman são montados na China através de uma joint venture com o fabricante local Great Wall.
Dado que a joint venture entre a BMW (dona da Mini) e a Great Wall não forneceu informações suficientes durante a investigação anti-subsídios realizada pela Comissão Europeia, a marca britânica vai enfrentar a taxa mais elevada (38,1%), agravando significativamente os preços finais.
Leia ainda: Carros chineses em Portugal: todos os que se podem comprar
Algo que poderá ser um duro golpe para a empresa britânica, uma vez que os elétricos Cooper e Aceman são dois produtos essenciais para cumprir as cada vez mais rigorosas regulamentações europeias de emissões. A empresa comercializa atualmente apenas mais um modelo 100% elétrico: o Countryman, que, embora produzido na Alemanha, é bem mais caro que os seus irmãos menores.
Face a isto, a BMW já revelou que os elétricos Cooper e Aceman serão fabricados em Oxford (Reino Unido) a partir de 2026.
A decisão é, em tudo, semelhante à anunciada pela Volvo, que a partir do próximo ano começará a produzir o EX30 para o mercado europeu na fábrica de Gent, na Bélgica.
Também a BMW, que fabrica o iX3 na China em colaboração com a Brilliance, está a avaliar a produção da segunda geração do SUV elétrico em Debrecen (Hungria). Algo que está previsto já para 2025.
Outros modelos que vão sofrer com pesados aumentos serão o Cupra Tavascan, o Dacia Spring ou o Tesla Model 3, todos produzidos na China. Contudo, é provável que a produção de todos seja transferida em breve para as fábricas europeias de modo a manterem um preço competitivo.