Os SUV, os veículos da moda pelos quais os condutores portugueses morrem de amores, impuseram-se de tal modo na linguagem corrente internacional, que quase esquecemos o que significam estas três letras. Por detrás delas há um turbilhão semântico que inclui várias considerações e as próprias palavras não têm exatamente o mesmo significado, dependendo do país onde são utilizadas.
A designação de SUV tem vindo a ser usada, frequentemente, como nome comum, mas corresponde, na verdade, a um acrónimo: Sport Utility Vehicle. No seu sentido literal em português, “utilitário” pode referir-se à natureza prática deste tipo veículo, enquanto “desportivo” fará a alusão à noção de lazer ao ar livre.
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A identidade dos SUV parece, no entanto, ser hoje confusa para os consumidores para o qual contribui a origem incerta do termo, que parece mesmo ser anterior aos veículos que designa atualmente, mas também devido à grande diversidade da gama existente hoje e ao facto de o acrónimo SUV ter sido substituído pelas marcas nas traseiras de muitos veículos por outras designações como crossovers, 4×4, entre outras.
49% acreditam, erradamente, ter um veículo desta gama
Os 11 000 automobilistas questionados na edição de 2022 do Observador Cetelem Automóvel testemunham esta imprecisão que rodeia a identidade do SUV, revelando dificuldades na distinção desta gama entre vários modelos automóveis. Uma questão particularmente relevante se quisermos identificar quais os fatores que têm contribuído para o sucesso e aumento das vendas destes veículos, num cenário de crise no sector.
No inquérito foi pedido aos automobilistas que identificassem, por exemplo, entre nove silhuetas, as que eram SUV. Entre as silhuetas, apenas o Greatwall Haval, o Honda CRV e o Range Rover foram percecionados enquanto SUV por 1 em cada 2 indivíduos, ao passo que o Peugeot 3008 é tido como pertencente a esta família de veículos apenas por um quarto dos inquiridos.
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No mesmo sentido, quando questionados se são ou não proprietários de um SUV, os indivíduos revelam uma imprecisão na identificação deste veículo. E os portugueses não são exceção. Os dados obtidos revelam que 49% dos automobilistas em Portugal que acreditam ser proprietários de um SUV estão enganados – mais 5 p.p. que a média global –, e 3% dos que são efetivamente proprietários asseguram, de modo incorreto, não possuir um SUV – menos 2 p.p. face à média global.
Tal como no caso português, também nos restantes países os indivíduos fazem confusão na hora de identificar o que é ou não um SUV. Globalmente, apenas 5% dos proprietários de um SUV afirmam não o ser. Já os que pensam ser proprietários de um SUV, embora não o sejam, são mais (45%). Países como o Brasil, México e Turquia representam o maior número de erros de perceção (68%, 62% e 61%, respetivamente). Por outro lado, as falhas de conhecimento são menos significativas em alguns países europeus, como é o caso da Itália, Noruega e França (22%, 30% e 34%, na devida ordem).